Agência cita corrupção e endividamento. Pode haver novos cortes
A agência Moody’s rebaixou a nota de crédito da Petrobras para “Ba2”. Com isso, a empresa perdeu a chancela de investimento seguro e é considerada agora aplicação especulativa. A Moody’s cita os escândalos de corrupção, a elevada dívida da estatal e o atraso na divulgação do balanço financeiro auditado. -RIO E SÃO PAULO- A agência de classificação de risco Moody’s informou, na noite de ontem, ter rebaixado a nota de crédito da Petrobras, de “Baa3” para “Ba2”. Com essa decisão, a estatal agora é considerada de grau especulativo, ou seja, que não é segura para investidores. A ação, segundo a agência, reflete a preocupação com as investigações de corrupção, dentro da Operação Lava-Jato, atraso no balanço auditado e aumento do endividamento da estatal. A Moody’s ainda ressaltou que a nota de crédito permanece sob revisão e pode haver novos cortes.
Um analista de mercado, que não quis ser identificado, explica que isso agrava a situação financeira da Petrobras, porque muitos fundos de pensão só podem investir em empresas que sejam consideradas grau de investimento por pelo menos duas agências de classificação de risco. Se outra agência decidir rebaixar a estatal, vários fundos terão de retirá-la de sua carteira. Com isso, a Petrobras terá de pagar juros cada vez maiores para se financiar.
Segundo a Moody’s, se a Petrobras conseguir resolver, a curto prazo, seus problemas de liquidez, sua nota pode até ser elevada. Mas a agência ressaltou que dificilmente retornaria ao patamar de grau de investimento, já que a empresa terá de “enfrentar persistentes pressões relativas à investigação de corrupção e a seu endividamento extremamente elevado".
No fim de janeiro, a agência já rebaixara a nota da estatal, de “Baa2” para “Baa3”. Na ocasião, também citou a corrupção e o atraso no balanço.
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